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Dilma admite que défict é ruim e promete que governo vai agir para reduzir rombo

Publicado 02.09.2015, 15:13
Atualizado 02.09.2015, 15:18
© Reuters. Presidente Dilma Rousseff durante evento no Palácio do Planalto

BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff admitiu nesta quarta-feira que o déficit primário previsto no Orçamento enviado ao Congresso é ruim, mas garantiu que o governo não vai "fugir da sua responsabilidade" e tomará medidas para reduzir o rombo nas contas públicas.

Em entrevista ao final de uma cerimônia no Palácio do Planalto, a presidente admitiu que o governo enviará um adendo ao Orçamento e não descartou retomar a discussão sobre a recriação da CPMF.

"Todo déficit é ruim. Eu não vou concordar com o desastroso, mas todo déficit é ruim", disse. O Executivo enviou ao Congresso, na segunda-feira, a peça orçamentária para 2016 com previsão de déficit primário de 30,5 bilhões de reais.

"Se a gente achasse o déficit bom, nós iríamos abraçá-lo, nós não abraçamos o déficit, nós queremos resolver o problema do déficit. Nós vamos buscar medidas para resolver o déficit", afirmou a presidente, ao responder se concordava com avaliações de que o rombo no Orçamento seria "desastroso".

Dilma garantiu que o governo irá mandar um adendo do Orçamento ao Congresso, assim que a "discussão estiver madura".

"O governo vai de fato mandar, e é responsabilidade dele. Nós não queremos transferir essa responsabilidade para ninguém, o que nós queremos é construir juntos", disse. Na terça-feira, a presidente teve encontros com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e obteve a garantia de que o Congresso não vai devolver o orçamento.

Os dois parlamentares disseram à presidente, no entanto, que o Congresso não vai assumir o ônus de fazer cortes radicais ou criar novos impostos por conta própria, e esperariam a orientação do Planalto.

A presidente admitiu que a recriação da CPMF, aparentemente enterrada depois de uma última tentativa que teve péssima receptividade no Congresso, entre os empresários e mesmo em partes do governo, não está descartada.

Dilma confessou que não gosta o tributo, mas que não pode excluir nada nesse momento. "Eu não estou afastando, nem acrescentando nada. Eu não gosto da CPMF. Acho que a CPMF tem suas complicações. Mas não estou afastando a necessidade de fontes de receita, não estou afastando nenhuma fonte de receita. Quero deixar isso claro, porque se houver a hipótese de a gente enviar essa fonte, nós enviaremos", afirmou.

A recriação da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF), extinta em 2007, era a alternativa preferida do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, ao enviar um Orçamento com déficit para o Congresso.

O ministro defende que nos últimos anos as desonerações cobraram um preço alto do governo, já que as despesas cresceram. A ideia, no entanto, foi bombardeada, especialmente pelo setor produtivo, mas também pelos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados.

Ao ser perguntada nesta quarta-feira se o ministro estaria isolado em seu governo, Dilma foi categórica ao afirmar que tem o "maior respeito" pelo ministro e que ele não está "desgastado" nem "isolado".

RESPONSABILIDADE

A presidente ressaltou que a declaração do déficit, que ocorre quando as despesas superam as receitas, no Orçamento do ano que vem tornou o problema "responsabilidade de todo mundo" e criticou indiretamente o fato de o Congresso ter aprovado medidas que aumentam as despesas em um ano de crise.

"É impossível, nesta situação que o país está, que se passe a inventar despesa. É impossível. Nós, em situação normal, com o país crescendo a taxas elevadas, tivemos alguns processos que foram vetados porque nós não daríamos conta, o país não dava conta. Muito menos agora quando tem um déficit. Nós não damos conta", disse.

Dilma afirmou acreditar que há sinais de recuperação da economia e as receitas, que caíra, muito, não ficarão "eternamente em queda".

A presidente também afirmou que vai terminar a reforma administrativa e o corte no número de ministérios até o final deste mês, mas que as mudanças irão melhorar a gestão, mas não necessariamente reduzirão custos.

"Eu considero a reforma administrativa muito importante. Muito mais pelo lado da gestão, porque não produz grande efeito de arrecadação de impostos. Se alguém falar isso para vocês estaria fazendo demagogia", afirmou.

© Reuters. Presidente Dilma Rousseff durante evento no Palácio do Planalto

Segundo a presidente, o efeito de melhorar a gestão tem um efeito indireto nos recursos. "Torna o governo mais ágil, facilita os investimentos, diminui burocracia. É isso que nós queremos".

(Por Lisandra Paraguassu)

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