(Reuters) - A presidente afastada Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira que ainda avalia se irá pessoalmente à comissão de impeachment do Senado prestar depoimento, ao mesmo tempo que sinalizou que deve priorizar uma fala ao plenário da Casa em vez de ir ao colegiado.
Em entrevista à Rádio Guaíba, a presidente afastada afirmou também que tem esperanças de retornar à Presidência e que tem feito "tratativas neste sentido".
"Nós estamos fazendo uma avaliação sobre essa questão (ir pessoalmente à comissão de impeachment)", disse Dilma quando indagada se pretendia comparecer ao colegiado.
"Eu teria, na verdade, oportunidade de falar ao Senado em duas circunstâncias. Uma na comissão, mas eu creio que a circunstância mais solene será ao falar para o plenário, que se falaria para todos os senadores, e não só para os da comissão", acrescentou.
Pelo cronograma de trabalho aprovado pelos membros da comissão de impeachment, o depoimento de Dilma aconteceria na quarta-feira da próxima semana. O cronograma prevê também que o parecer sobre a atual fase do processo, a da pronúncia, será votado no plenário no dia 9 de agosto.
Caso a pronúncia seja aprovada por maioria simples dos senadores, terá início a fase de julgamento da petista, na qual são necessárias os votos de 54 senadores para condenar Dilma à perda definitiva do cargo e para efetivar o presidente interino Michel Temer na Presidência da República.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)