(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff disse nesta segunda-feira que a política de ajuste fiscal trará resultados positivos para o país em breve, e acrescentou que o governo está trabalhando por um novo ciclo marcado pelo estímulo às exportações e investimentos em infraestrutura.
Em discurso durante reunião do cúpula do Mercosul no Paraguai, no mesmo dia em que dará posse ao novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, Dilma reiterou a determinação do governo em consolidar a estabilidade macroeconômica e aumentar a confiança na economia, que atravessa período de recessão.
"Estou certa de que a reorganização do quadro fiscal no Brasil logo trará resultados positivos, juntamente com o fim da crise política que tem afetado o meu segundo mandato desde o seu início", disse Dilma, que enfrenta um pedido de abertura de processo de impeachment no Congresso.
"Junto com uma política fiscal de consolidação, estamos desenvolvendo também um novo ciclo que será marcado por maior estímulo às exportações e um forte investimento em infraestrutura e energia", acrescentou a presidente em encontro com seus pares do bloco sul-americano.
Dilma retorna do Paraguai para Brasília ainda nesta segunda-feira para a cerimônia de posse de Barbosa no comando da Fazenda no lugar de Joaquim Levy, que deixou o cargo na sexta-fera.
A escolha de Barbosa foi entendida como uma clara sinalização de que a presidente pretende promover mudanças na política econômica, uma vez que o ex-ministro do Planejamento tem pensamento mais alinhado ao de Dilma, com maior foco na retomada do crescimento.
Em teleconferência com analistas nesta segunda, no entanto, Barbosa ressaltou algumas vezes que o ajuste fiscal não muda, que o controle de gastos será feito e que o governo perseguirá a meta de superávit primário de 0,5 por cento em 2016. [nL1N14A12F]
No discurso no Mercosul, Dilma também deu as boas-vindas ao novo presidente da Argentina, Mauricio Macri, que fez sua primeira participação na cúpula, e cobrou da União Europeia uma resposta ao posicionamento dos países sul-americanos em relação a um acordo de livre comércio entre os dois blocos.
"Hoje a decisão está do outro lado do Atlântico, porque deixamos sistematicamente claro que estávamos prontos para fazer as nossas ofertas", disse Dilma.
Esperava-se que a troca simultânea de ofertas entre Mercosul e UE ocorresse ainda em 2015, o que não aconteceu. A expectativa do governo brasileiro agora é que a apresentação aconteça no início do próximo ano.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)