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Em maio comentamos neste espaço sobre as dezenove quedas do mercado do boi gordo, nas comparações nominais anuais, na análise Dezenove meses de recuos nominais para o boi gordo.
À época, comentamos que os dezenove meses de recuos se igualavam ao observado entre 2005 e 2006 e que tal movimento não deveria durar para sempre. Agora em agosto tivemos a primeira valorização nominal em 21 meses para o boi gordo.
Como em agosto e setembro de 2023 tivemos fortes desvalorizações, esse início de variação positiva, frente a uma base fraca, é mais “fácil”, mas quando analisamos a curva de preços futuros, pelo menos até janeiro de 2025 o mercado espera que mantenhamos altas nominais, nas comparações de doze meses.
A figura 1 mostra a evolução dos preços e das variações nominais em doze meses. As cotações são as médias mensais até agosto de 2024 e de setembro de 2024 até janeiro de 2025 são os preços futuros na manhã de 28/8/24.
Figura 1. Evolução dos preços do boi gordo (R$/@) e variação em doze meses.
Obs: valores nominais. A partir de setembro de 24, até janeiro de 2025 as variações usam como base a cotação na B3 (BVMF:B3SA3) na manhã do dia 28/8/24.
Fonte: CEPEA / Elaboração: HN AGRO
Se tais patamares de preços se confirmarem, ou ao menos a tendência de altas nominais, teremos seis meses de “barras azuis”, o que vai consolidando um cenário mais positivo para o boi gordo, juntamente com exportações indo bem e a sinalização de um início de retenção de fêmeas, com preços do bezerro mais sustentados.
Aqui encerremos nosso comentário sobre a expectativa para o boi gordo, que é positiva. A seguir temos uma ponderação, pensando em estratégia de comercialização.
O cenário está mudando e na nossa visão é o momento de estar comprado em arrobas, pensando em médio prazo. No entanto, não tira a importância de garantir preços mínimos para um gado que tem data para venda, leia-se, confinamento.
Em outras palavras, as expectativas estão mais positivas e é um momento para estar exposto a altas (via pasto ou hedge com opções de venda), mas não ignorar que o preço do gado que “vence no cocho” tem que estar com algum respaldo, nem que seja no custo.