BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira que o governo se empenhará na defesa das medidas de ajuste apresentadas esta semana porque são "necessárias", e prometeu fazer a reforma administrativa até a semana que vem, quando embarca para a Assembleia-Geral da ONU.
A presidente defendeu o fato de o governo ter apresentado a volta da CPMF reservando os recursos apenas para cobrir o déficit da previdência, mas lembrou que a definição sobre a versão final do imposto será feita pelo Congresso.
"O governo não aprova CPMF, quem aprova é o Congresso", disse Dilma em entrevista a jornalistas após participar de cerimônia no Palácio do Planalto.
"A nossa proposta é carimbada, ela vai assim. Agora, como será feito no Congresso é um outro processo de discussão. Nos empenharemos bastante para aprovar essas medidas. Primeiro porque elas são necessárias, não porque nós queremos, mas porque passamos por momentos em que é fundamental que saíamos dessa situação de restrição fiscal o mais rápido possível, para podermos voltar a crescer, para poder gerar mais empregos necessários para o país", acrescentou
Dilma justificou a decisão do governo de concentrar os recursos da nova Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) na União alegando que a Previdência, que seria custeada pelo imposto, tem uma depressão "cíclica" com a queda na atividade econômica.
No dia anterior, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, alegou que a CPMF é direcionada para a União porque é o governo federal que arca com todos os custos da Previdência.
Dilma também prometeu que a reforma administrativa, uma das medidas do novo ajuste, será finalizada até quarta-feira da próxima semana.
"Vou fazer junções de ministérios. Não só de ministérios, mas de grandes órgãos de governo. Vou reduzir os DAS (cargos comissionados) e vamos tomar uma série de medidas administrativas para enxugar a máquina e focá-la", afirmou.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)