(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta sexta-feira que não permitirá retrocesso na democracia e que o país sabe superar suas dificuldades.
Alvo de pedidos de impeachment entregues à Câmara, alguns já recusados e outros ainda sob análise do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Dilma e seu governo têm sofrido críticas e enfrenta período de baixa popularidade, o que alimenta a tese de setores favoráveis ao afastamento.
"Nós temos muito o que preservar, nós conquistamos muita coisa. Não vamos deixar haver retrocesso neste país nem no que se refere aos programas nem no que se refere à questão da democracia", disse a presidente durante cerimônia de entrega de residências do programa Minha Casa Minha Vida no Ceará.
Dilma, que foi presa e torturada durante a ditadura militar, lembrou que todos sofreram "as consequências de ter um país que não era democrático", acrescentando que o Brasil hoje tem a "garra" para superar suas dificuldades.
A presidente aproveitou o evento para dizer ainda que seu governo se concentra em aumentar o emprego e reduzir a inflação. Não comentou, no entanto, a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) nesta sexta-feira, que apontou uma recessão na economia brasileira.
"Eu quero dizer para vocês que o meu governo pensa em duas coisas: em como aumentar o emprego, garantir que o país volte a crescer, primeira coisa", afirmou Dilma.
"Segunda coisa, em reduzir a inflação, porque nós sabemos como a inflação corrói a renda do trabalho, a renda do empreendedor."
Entre abril e junho, o PIB encolheu 1,9 por cento sobre os três meses anteriores e caiu 2,6 por cento na comparação anual, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.
(Por Maria Carolina Marcello, em Brasília)