BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff anunciou nesta sexta-feira a redução do total de ministérios em oito pastas, como parte de uma reforma administrativa e ministerial que deve gerar uma economia de 20 por cento nos gastos de custeio e contratação de serviços de terceiros e de 10 por cento na remuneração de ministros.
Depois de intensas negociações, Dilma conseguiu acomodar as demandas do PMDB, maior partido da base aliada, que ganhou espaço com sete ministérios, em relação aos seis que detinha antes das mudanças.
"Essa reforma vai nos ajudar a incentivar as medidas já tomadas para o reequilíbrio fiscal e aquelas que estão em andamento. Vai propiciar, portanto, o reequilíbrio fiscal, o controle da inflação e consolidar a estabilidade macroeconomica, aumentando a confiança na economia", disse a presidente ao anunciar as mudanças.
A presidente reassaltou a importância de ter uma base consolidada e apoio do Congresso Nacional para aprovar as medidas de ajuste fiscal, num momento em que o governo precisa cortar gastos e aumentar receitas.
Para melhorar a articulação política Dilma chamou Jaques Wagner para a Casa Civil, antes sob chefia de Aloizio Mercadante, que volta a ser ministro da Educação.
"Ao alterar alguns dos dirigentes do ministérios, nós estamos tornando nossa coalização de governo mais equilibrada, fortalecendo as relações com os partidos e parlamentares que nos dão sustentação política", disse Dilma. "Trata-se de uma ação legítima de um governo de coalizão, e por isso, tudo tem sido feito as claras."
O fortalecimento da base aliada no Congresso também é importante para o governo num cenário em que a oposição tenta emplacar um processo de impeachment contra a presidente.
(Reportagem de Lisandra Paraguaçu e Leonardo Goy) 2015-10-02T160022Z_1006880001_LYNXNPEB910QW_RTROPTP_1_NEGOCIOS-POLITICA-DILMA-REFORMA.JPG