A presidenta Dilma Rousseff retomou nesta terça-feira (1º) uma série de reuniões com as bancadas de partidos da base aliada. Com o objetivo de se reaproximar dos parlamentares que compõem a coalizão do governo e pedir apoio para a aprovação de medidas econômicas, ela promove um jantar nesta noite no Palácio do Planalto com integrantes do PDT.
Além de negociar acordos com a intenção de ver aprovadas propostas do ajuste fiscal, a intenção das conversas é fazer com que a presidenta tenha um relacionamento não apenas com os líderes dos partidos, mas também com deputados e senadores. Os ministros da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, e da Casa Civil, Jaques Wagner, participam da reunião, que tem a presença de quadros como o presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, o líder da legenda na Câmara, Weverton Rocha, o senador Acir Gurgacz, e o ministro das Comunicações, André Figueiredo.
A recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e a Desvinculação das Receitas da União (DRU) são projetos de interesse do governo que tramitam no Congresso Nacional. A equipe econômica, no entanto, vai enviar ainda neste primeiro semestre ao Congresso Nacional outras medidas, como a reforma da Previdência e um projeto de lei complementar para limitar o crescimento do gasto público nos próximos anos.
Na semana passada, Dilma almoçou com deputados do PTB, de quem recebeu uma proposta alternativa à Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Eles apresentaram a ideia de unificar outros impostos como o Cofins e a CSLL em uma espécie de "CPMF turbinada". De acordo com a proposta, haveria um aumento da alíquota atual, cujo projeto atual prevê 0,38% sobre as transações bancárias, e o dinheiro seria dividido entre o governo federal, os estaduais e municipais.
Assessores do Palácio do Planalto dizem que o governo não tem qualquer "apego" pela CPMF e que o que importa é resolver a situação fiscal do país. A posição oficial, ressaltada em diferentes ocasiões pela presidenta Dilma Rousseff, é que a recriação do tributo é a solução mais viável e que causaria menos impacto na economia, a começar pela inflação. Quem acompanha as negociações de perto acredita que o surgimento de uma proposta alternativa é difícil - pois o Ministério da Fazenda analisou outras soluções no ano passado-, mas não impossível.
Amanhã, a presidenta reúne-se com o PRB.