BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff estava reunida nesta manhã com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, e da Casa Civil, Jaques Wagner, em meio a incertezas se Lula assumirá ou não um ministério.
Na terça-feira, fonte do Palácio do Planalto disse à Reuters que Lula havia aceitado substituir Ricardo Berzoini como ministro da Secretaria de Governo.
Mais tarde, porém, esta mesma fonte disse que Lula passou a mostrar hesitação depois de contatos feitos pelo ex-presidente com peemedebistas que mostraram que sua entrada no ministério poderia não reverter o quadro de deterioração política do governo.
Segundo a fonte, Dilma e ministros pressionavam para que Lula se tornasse ministro por avaliarem que a desistência do ex-presidente a essa altura daria um sinal de que nem mesmo ele acredita mais na possibilidade de salvar o governo.
Inicialmente, a ida de Lula para o ministério parecia um movimento que tinha como principal objetivo garantir foro privilegiado após ele ter sido o principal alvo da última fase da operação Lava Jato, que apura um esquema bilionário de corrupção.
Mas depois de o PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer e o maior da coalizão governista, ter dado uma espécie de "aviso prévio" ao governo no último sábado e das grandes manifestações de domingo a favor do impeachment de Dilma, a participação de Lula passou a ser vista como importante para tentar reanimar o governo e evitar o impedimento da presidente.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)