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É importante que governo assuma protagonismo na articulação da reforma da Previdência, diz Maia

Publicado 12.03.2019, 16:59
Atualizado 12.03.2019, 17:25
© Reuters. Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, após reunião no Congresso Nacional

Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta terça-feira que o governo do presidente Jair Bolsonaro assuma o protagonismo nas negociações sobre a reforma da Previdência.

Para o presidente da Câmara, um dos principais articuladores da reforma, tanto o Bolsonaro, quanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, devem comandar as articulações, para facilitar o andamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) no Congresso.

“É importante que o governo assuma esse protagonismo, esse protagonismo é do presidente Bolsonaro, é do ministro da Economia, que foram os dois que apresentaram a emenda constitucional”, disse Maia a jornalistas.

“Então, se eles não lideram esse processo, dificulta muito a tramitação e a votação da matéria na Câmara dos Deputados”, argumentou.

Questionado sobre a atuação do ministro da Economia, afirmou que ele está indo “muito bem” e é um dos que “mais tem contribuído para o diálogo com o Parlamento brasileiro”.

Ainda que tente desviar, Maia tem sido apontado como um dos protagonistas na articulação da reforma. Questionado sobre a composição da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a primeira por onde a PEC da reforma passará, fez questão de deixar claro que é papel dos líderes indicar membros para o colegiado. Acrescentou, no entanto, que a comissão deve ter composição favorável à aprovação da proposta.

“Eu acredito que sim, pelo que estou conversando com os líderes, acho que haverá uma composição favorável à admissibilidade da reforma da Previdência lá no final do mês de março.”

O presidente da Câmara considerou ainda “inócua” a decisão dos líderes de só votar a proposta na CCJ após o envio do projeto que trata da nova aposentadoria para militares. Pelas contas do presidente, se os prazos começarem a correr a partir da quinta-feira, um dia após a instalação da comissão, só será possível votar a admissibilidade da PEC no fim do mês, entre os dias 27 e 28.

A CCJ é responsável pela análise da admissibilidade da PEC, antes de encaminhá-la a uma comissão especial, que analisará o mérito da medida. Só então a proposta segue ao plenário, onde precisa de pelo menos 308 votos em dois turnos de votação para ser aprovada e então encaminhada para análise do Senado, onde precisa obter 49 votos em dois turnos de votação para entrar em vigor.

Maia avalia ainda que o governo precisa garantir uma folga de votos acima do quórum exigido para a aprovação.

© Reuters. Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, após reunião no Congresso Nacional

“Se tiver 320 votos, não passa. Tem que ter 350 votos para poder aprovar uma reforma da Previdência”, disse.

(Edição de Eduardo Simões)

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