BRASÍLIA (Reuters) - O governo federal deverá definir até a semana que vem o edital para os leilões de contrato de opção de compra de milho que pretende lançar com o objetivo de sustentar os preços do produto, diante da expectativa de uma safra recorde do cereal no Brasil, disse nesta quinta-feira o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller.
No acumulado o mês, os preços do milho na praça de Campinas (SP), importante referência nacional, registram queda de quase 10 por cento, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), para cerca de 27,50 reais por saca.
Esse valor representa uma queda de cerca de 50 por cento em relação ao verificado na mesma época de 2016, quando o mercado precificava fortes exportações do Brasil no início do ano, além de preocupações climáticas.
O secretário não informou o volume que o governo buscará comprar por meio dos contratos de opção, um mecanismo que permite ao produtor vender para a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) se o preço oferecido estiver mais atrativo que o do mercado.
"Vai depender, vamos discutir ainda o edital, mas ele deve sair na semana que vem", disse Geller à Reuters, acrescentando que o governo tem discutido com o setor.
Em fevereiro, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que o governo poderia realizar contratos de opção para cerca de 3 milhões a 4 milhões de toneladas de milho.
Esse volume representaria cerca de 4 por cento da produção recorde estimada para a temporada 2016/17.
(Silvio Cascione e Alonso Soto)