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Eleitores do Zimbábue votam em primeira eleição pós-Mugabe; presidente diz que pleito será justo

Publicado 30.07.2018, 09:59
© Reuters. Mulher vota em Harare durante eleição no Zimbábue

Por MacDonald Dzirutwe e Joe Brock

HARARE (Reuters) - Os zimbabuanos votaram nesta segunda-feira na primeira eleição após a deposição do ex-presidente Robert Mugabe, um divisor de águas que esperam livrar o país de seu status de pária e fomentar a recuperação da enfraquecida economia.

Na votação se enfrentam o presidente Emmerson Mnangagwa, de 75 anos e aliado de longa data de Mugabe, e Nelson Chamisa, advogado e pastor de 40 anos que almeja se tornar o chefe de Estado mais jovem do Zimbábue.

Na véspera da eleição, Mugabe emergiu de oito meses de obscuridade desde que os militares o depuseram em um golpe sem violência para anunciar que votará na oposição, surpreendendo o ex-aliado Mnangagwa, que o acusou de fazer um acordo com Chamisa.

Depois de votar na cidade central de Kwekwe, Mnangagwa foi indagado a respeito da afirmação de Mugabe de que o pleito não será livre por estar sendo organizado por um "governo militar".

"Garanto a vocês que este país está desfrutando de um espaço democrático que nunca experimentou antes", disse Mnangagwa à televisão pública do lado de fora da cabine de votação.

"Em qualquer espaço e país democrático, as pessoas têm liberdade para expressa sua opinião, negativa ou positiva".

As pesquisas de opinião dão ao ex-chefe de inteligência, que assumiu como presidente depois que o Exército afastou Mugabe, uma pequena vantagem sobre Chamisa. Haverá um segundo turno em 8 de setembro se nenhum candidato conquistar mais de metade dos votos.

Apelidado de "Crocodilo", um animal identificado pelo folclore da nação como sorrateiro e impiedoso, Mnangagwa, do partido União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (Zanu-PF), prometeu ressuscitar a economia moribunda, atrair investimento estrangeiro e solucionar as divisões raciais e tribais.

© Reuters. Mulher vota em Harare durante eleição no Zimbábue

Para o Zimbábue se reintegrar à arena internacional, livrar-se de sanções prejudiciais e garantir a doação dos fundos que precisa para resolver a falta de dinheiro crônica, observadores têm que confirmar a credibilidade da eleição.

Na era Mugabe as eleições muitas vezes eram ofuscadas por intimidações, fraudes e violência generalizada, mas o consenso é que os preparativos da atual votação foram melhores do que antes – embora Chamisa tenha acusado a Comissão Eleitoral do Zimbábue de ser tendenciosa.

Mugabe ainda tem grande influência sobre a sociedade zimbabuana, e seu apoio à oposição pode afetar a primeira eleição sem seu nome nas cédulas desde a independência do Reino Unido em 1980.

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