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Em defesa contra cassação, Cunha alega ser vítima de vingança e diz pagar preço por impeachment de Dilma

Publicado 12.09.2016, 22:06
Atualizado 12.09.2016, 22:10
© Reuters. Deputado afastado Eduardo Cunha durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, em Brasília
PETR4
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Por Maria Carolina Marcello

BRASÍLIA (Reuters) - No último discurso antes da votação que pode cassar seu mandato nesta segunda-feira, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) adotou postura de ataque, disse ser vítima de vingança e afirmou estar pagando o preço por ter aceito o pedido de abertura de processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff.

Cunha afirmou ainda que recebeu tratamento diferenciado, inclusive da Justiça, por conta de seu posicionamento político. Argumentou que há mais de 100 parlamentares denunciados, mas nem por isso são alvos de ações penais ou sofrem processo no Conselho de Ética da Casa.

"É só por vingança", declarou da tribuna. "Alguém tem dúvida que se não fosse a minha atuação teria aquele processo de impeachment?", questionou.

"Essa é a razão da bronca do PT e de seus assemelhados, de seus asseclas", disse. "Estou pagando o preço de ter o meu mandato cassado por ter dado continuidade do processo de impeachment... é o preço que estou pagando para o Brasil ficar livre do PT."

Cunha é alvo de processo de cassação de mandato acusado de ter mentido à CPI da Petrobras (SA:PETR4), quando negou ter contas bancárias no exterior. Posteriormente, documentos dos Ministérios Públicos da Suíça e do Brasil apontaram a existência de contas dele e de familiares no país europeu.

Cunha, mais uma vez, argumentou que não tem contas bancárias em seu nome, mas é beneficiário de trustes.

"Eu não menti à CPI. Não tem a conta, não tem o número da conta, não tem o banco", disse.

Em outra alfinetada, Cunha afirmou que marcar a votação de sua cassação às vésperas das eleições municipais de outubro é querer transformar a análise do caso em "um circo".

© Reuters. Deputado afastado Eduardo Cunha durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, em Brasília

Com a voz já embargada, pediu que os deputados considerassem se seria proporcional "acabar" com a sua carreira política e com sua família por um depoimento espontâneo a uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada por ele mesmo.

"A mim, como deputado, só cabe pedir voto", disse, com a voz falha. "Não me julguem por aquilo que está colocado na opinião pública.... julguem pelo aquilo que sou acusado."

Caso 257 deputados votem favoravelmente ao parecer que pede a perda de mandato por quebra de decoro parlamentar, Cunha será cassado.

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