BRASÍLIA (Reuters) - O gabinete do deputado Jair Bolsonaro, candidato do PSL à Presidência, condenou em nota nesta sexta-feira o ataque a faca sofrido na véspera pelo presidenciável.
O documento afirma que o “covarde” episódio demonstra o nível de “radicalização político-partidária” do país e fere princípios da democracia.
“A poucas semanas do pleito mais importante do Brasil, o covarde ataque sofrido foi não só um golpe contra um candidato à Presidência da República, como também um gravíssimo episódio a macular nossa incipiente democracia e todos seus princípios basilares”, diz a nota divulgada pelo gabinete do parlamentar.
“Jair Bolsonaro vem, há muito, lutando contra a virulência, a intolerância e a parcialidade de tratamento provenientes de determinados setores políticos e midiáticos que, aparentemente, não entendem como bem-vinda sua participação na referida disputa, apenas por defender os preciosos valores do povo brasileiro, a liberdade e a verdadeira democracia”, afirma o documento.
Líder na corrida presidencial, Bolsonaro sofreu lesões nos intestinos grosso e delgado e em uma veia abdominal, em decorrência de um único, porém profundo, golpe de faca durante ato de campanha em Juiz de Fora na tarde de quinta-feira.
Após passar por uma avaliação médica nesta manhã, ele deixou a Santa Casa de Juiz de Fora, onde passou por uma delicada cirurgia na véspera, com destino a São Paulo, onde será internado no hospital Albert Einstein.
O ataque provocou enorme repercussão, e levou os demais candidatos à Presidência a repudiar o ataque e cancelar eventos previstos para esta sexta-feira.
Apesar da liderança na corrida presidencial, Bolsonaro tem a maior taxa de rejeição entre os presidenciáveis, segundo pesquisa Ibope divulgada na quarta-feira pela TV Globo.
O deputado é alvo de uma denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo crime de racismo.
Nesta semana, a coligação presidencial encabeçada pelo PT entrou com pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para processar Bolsonaro, por ele ter dito em ato de campanha que vai "fuzilar a petralhada toda aqui do Acre", fazendo um gesto de fuzilamento com um tripé de uma câmera de vídeo.
No pedido ao STF, a defesa petista cita o fato de o candidato do PSL já ser réu em processo no Supremo por incitação a crime no episódio sobre em que ele disse que não estupraria a deputada federal petista Maria do Rosário (RS) porque ela não merecia.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)