Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Confiante de que a Câmara irá arquivar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, o presidente Michel Temer prepara um pronunciamento em que tentará passar a ideia de que a crise política acabou e é hora de preparar o terreno para levar adiante as reformas, entre elas a previdenciária, a política e a tributária, disseram à Reuters fontes próximas ao presidente.
"O tom é de preparar o terreno para a aprovação da reforma da Previdência e a reforma da cultura política", disse uma das fontes.
O presidente assiste ao andar da votação em seu gabinete, com alguns auxiliares próximos, e finaliza o pronunciamento. O tom, mais ou menos entusiasmado, só será definido quando Temer tiver a noção exata de sua vitória na Câmara.
"O tom vai variar conforme o placar", disse a fonte.
As últimas estimativas feitas pelo deputado Beto Mansur (PRB-SP), vice-líder do governo, apontavam para cerca de 300 votos a favor de Temer.
A agenda de reformas é a grande aposta de Temer para mostrar que o governo se mantém forte, e deve recomeçar as negociações já nos próximos dias. A intenção é fazer com que o Congresso retome sua pauta em seguida, começando com a retomada da votação do Refis nos termos acertados com o Planalto.
O governo também deve chamar os líderes das bancadas já na próxima semana para ver como está a disposição dos deputados para a votação da reforma da Previdência.
"Mesmo com um resultado positivo não há como transferir os números da votação da denúncia para a reforma. Há quem vote contra o presidente e vote pela reforma, e o contrário também é verdadeiro", disse outra fonte.
Outra preocupação é a reforma política, que precisa ter algo aprovado até setembro para valer nas eleições de 2018. "O presidente quer incentivar o tema para que ele avance", disse a fonte.