Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Depois de uma convenção do PMDB que praticamente marcou uma data para a saída do partido do governo, os ministros da sigla reuniram-se nesta segunda-feira com a presidente Dilma Rousseff para assegurar seu apoio ao governo e garantirem que se mantêm contra o impeachment, disseram à Reuters ministros presentes à reunião.
Durante a convenção, no último sábado, o clima foi de oposição, mas a apreciação das moções que marcariam a independência do partido foi adiada para daqui 30 dias. Os ministros do partido – seis hoje, e com uma última pasta, a Secretaria de Aviação Civil, prometida ao deputado federal Mauro Lopes (MG) – disseram à presidente que vão trabalhar com suas bancadas para tentar segurar o apoio do partido, tanto nas bancadas no Congresso quanto junto à cúpula peemedebista.
“Nós sentimos necessidade de ter uma conversa para afirmar a ela (presidente) que estamos no governo ao lado dela, contra o impeachment, pela legalidade e a favor do Brasil”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Castro. “Essa é basicamente a posição dos ministros."
A presidente ligou para cada um dos ministros para chamá-los para um encontro, após a convenção ter um tom de oposição muito forte. Os ministros, porém, afirmaram que vieram mostrar que nenhum deles planeja sair do governo, informou o ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera.
No entanto, em entrevista durante a convenção, o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco, afirmou que se o partido tomar a decisão de sair do governo daqui 30 dias, todos terão que deixar os cargos ou sair do PMDB.
DEBANDADA
Apesar das tentativas do governo de manter o PMDB na base, o diretório de Santa Catarina decidiu nesta segunda-feira desembarcar e entregou os cargos na Eletrosul e na Embratur.
“O PMDB de Santa Catarina, presidido pelo deputado federal Mauro Mariani, foi o primeiro no Brasil a fazer o grito de independência do Governo Federal de forma prática”, escreveu o senador Dário Berger em sua página na rede social Facebook.
Saíram o presidente da Eletrosul, Djalma Berger, o presidente da Embratur, Vinícius Lummertz, e outros peemedebistas que ocupavam cargos nas duas estatais.