Por Julien Toyer e Rodrigo De Miguel
MADRI (Reuters) - Os espanhóis foram às urnas neste domingo participar de uma eleição parlamentar em que os partidos recém-chegados devem fazer grandes ganhos contra os tradicionais socialistas e conservadores, inaugurando uma nova e potencialmente volátil era política.
Com muitos desejando sacudir um sistema político que consideram corrupto e incapaz de resolver os problemas econômicos da Espanha, o resultado desta eleição é o mais incerto em décadas.
Cerca de um em cada três dos 36,5 milhões de eleitores disseram que irão decidir quem apoiar apenas no último minuto.
"Eu gostaria que as coisas mudassem, que nenhum partido obtivesse a maioria, para que nenhum deles fosse capaz de fazer o que quiser sem ouvir os outros partidos", disse o engenheiro Agustin Aduriz, de 30 anos, eleitor do bairro Tribunal, em Madri.
Desde o fim da ditadura fascista de Francisco Franco e o retorno à democracia na década de 1970, a Espanha tem gozado de maiorias parlamentares estáveis, com o Partido Popular, de centro-direita, e o Partido Socialista, de centro-esquerda, se alternando no poder.
Mas um cenário politico mais fragmentado pode complicar os esforços para formar um governo.
Pesquisas de opinião sugerem que o Partido Popular (PP), do primeiro-ministro Mariano Rajoy, ganharia a eleição, porém com resultado muito aquém da maioria absoluta.
Em seguida são esperados os socialistas, enquanto o partido antiausteridade Podemos e o outro novato significativo, o liberal Cidadãos, competem pelo terceiro lugar – o que lhes daria poder de influência nas negociações pós-eleitorais.
Tal previsão faz com que qualquer um dos quatro resultados sejam possíveis: um pacto de centro-direita entre o PP e Ciudadanos, uma aliança de centro-esquerda entre os Socialistas e Podemos, uma coalizão entre os Socialistas e Ciudadanos ou uma administração minoritária.