WASHINGTON (Reuters) - Os Estados Unidos derrubaram na sexta-feira velhas sanções impostas ao Sudão, alegando avanços na luta do país contra o terrorismo e melhores condições humanitárias, e também conseguiu um compromisso do governo de Cartum de que não fará um acordo de armas com a Coreia do Norte.
Em uma medida que completa um processo iniciado pelo presidente anterior, Barack Obama, e que sofreu oposição de grupos de defesa dos direitos humanos, o presidente Donald Trump derrubou um embargo comercial e outras sanções que separavam a nação africana do sistema financeiro internacional.
A decisão dos EUA é uma reviravolta para o governo do presidente sudanês, Omar Hassan al-Bashir, que já abrigou Osama bin Laden e está na lista de procurados da Corte Penal Internacional pela acusação de ter orquestrado o genocídio em Darfur.
Apesar do fim das sanções, o Sudão permanecerá na lista norte-americana de países que patrocinam o terrorismo — ao lado do Irã e da Síria —, o que veta o comércio de armas e restringe a ajuda dada pelos EUA, disseram autoridades norte-americanas.
Autoridades sudanesas permanecem como objeto de sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) pela violação de direitos humanos durante o conflito de Darfur, disseram autoridades sob condição de anonimato.
O fim das sanções dos EUA reflete a avaliação de que o Sudão progrediu no cumprimento das exigências de Washington, incluindo cooperação contra o terrorismo, e trabalhou para resolver conflitos internos e permitir que maior ajuda humanitária chegue a Darfur e a fronteiras de regiões rebeldes, disseram autoridades.
Além disso, a administração de Trump garantiu um compromisso de que o Sudão "não buscará acordos sobre armas" com a Coreia do Norte, com Washington aplicando "tolerância zero" para garantir o cumprimento dessa promessa, disse uma das autoridades.
(Reportagem de Matt Spetalnick em Washington; Reportagem adicional de Mohammad Zargham em Washington, Khaled Abdelaziz em Cartum e Mostafa Hashem no Cairo)