SÃO PAULO (Reuters) - O ex-executivo da Odebrecht Fernando Sampaio Barbosa disse em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro nesta segunda-feira que o "italiano" que aparece em uma planilha da empreiteira com destinatários de recursos repassados pela empresa é o ex-ministro Antonio Palocci, que é réu e está preso no âmbito da operação.
Barbosa foi questionado por Moro quem seria o "italiano" da planilha e disse ter conhecimento que o apelido era uma forma de identificar Palocci, que foi ministro da Fazenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e titular da Casa Civil da ex-presidente Dilma Rousseff.
"A gente sabia que o italiano era o Palocci", disse Barbosa ao juiz. Indagado por Moro a quem se referia quando afirmava "a gente", o ex-executivo respondeu: "Eu sabia. Eu tinha sido informado pelo Márcio Faria", em referência a outro ex-executivo da empreiteira já condenado na Lava Jato.
Barbosa depôs como testemunha arrolada pelo ex-presidente da construtora Marcelo Odebrecht no processo em que ele e Palocci são réus na Lava Jato.
Palocci é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro por supostamente ter recebido propina da Odebrecht para favorecer a empreiteira. Os procuradores afirmam que o ex-ministro é o "italiano" mencionado em planilhas da Odebrecht apreendidas pela Polícia Federal com informações sobre destinatários de recursos pagos pela companhia.
O advogado José Roberto Batochio, que representa Palocci, tem repetidamente negado que seu cliente seja o "italiano" mencionado na planilha e argumenta que o apelido já foi atribuído a outras pessoas pelos procuradores da Lava Jato.
(Por Eduardo Simões)