(Reuters) - O ex-marqueteiro de campanhas presidenciais do PT João Santana e sua mulher e sócia, Mônica Moura, foram condenados nesta quinta-feira a 8 anos e 4 meses de prisão cada pelo juiz federal Sérgio Moro por crimes de lavagem de dinheiro cometidos dentro do esquema de corrupção investigado pela operação Lava Jato.
"A lavagem de elevada quantia de dinheiro, com grau de sofisticação, e tendo por consequência a afetação do processo político democrático, merece reprovação especial", disse Moro no veredicto assinado nesta quinta-feira ao determinar a sentença de Santana.
O publicitário e a mulher, que foram presos em fevereiro do ano passado acusados de receberem pagamentos ilegais de milhões de dólares fora do país no esquema da Lava Jato, tiveram o patrimônio bloqueado pelo magistrado até o montante equivalente a 4,5 milhões de dólares, além de serem condenados ao pagamento de multas.
De acordo a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal, os publicitários foram destinatários de parte de propina direcionada ao PT pelo estaleiro Keppel Fels em decorrência de contratos fechados com a Petrobras (SA:PETR4) e a Sete Brasil.
Também foram condenados na mesma ação penal o operador financeiro Zwi Skornicki, ligado ao estaleiro, e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, além de mais duas pessoas. Skornicki já fechou um acordo de delação premiada, enquanto Vaccari somou a condenação de 10 anos de prisão desta quinta-feira a outras já recebidas no âmbito da Lava Jato.
João Santana trabalhou nas duas campanhas vitoriosas da ex-presidente Dilma Rousseff e também na reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)