Por Lisandra Paraguassu e Anthony Boadle
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Saúde, Marcelo Castro, avalia que a situação do Zika vírus no Brasil pode ser ainda pior do que o imaginado, já que 80 por cento das pessoas contaminadas não apresentam sintomas, e disse que a notificação da doença passará a ser compulsória a partir da semana que vem, quando os laboratórios estaduais receberão os kits para sua confirmação.
"Laboratórios dos Estados começam a receber esta semana os testes que permitirão confirmar a presença do vírus. Daí então a notificação passará a ser compulsória", disse o ministro à Reuters nesta segunda-feira.
Até o momento, o Ministério da Saúde tem apenas a notificação de casos de microcefalia suspeitas de terem sido causadas pelo Zika vírus --número que está em 4.180.
O governo também trabalha para distribuir até o final deste mês testes que permitem a identificação das três doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, dengue, Zika e chikungunya, mas que funcionam apenas enquanto as pessoas apresentam os sintomas da doença.
O governo brasileiro e os laboratórios estatais trabalham ainda para desenvolver uma vacina para o vírus Zika, que pode ter como base a que já está em fase de testes para a dengue.
"Nossos cientistas acreditam que a vacina para a dengue pode acelerar e facilitar o desenvolvimento de uma para o Zika", disse o ministro.