WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, negou acusações de comportamento obsceno feitas em um dossiê de inteligência britânico e perguntou se o FBI consideraria provar que as alegações eram falsas, escreveu o ex-diretor do FBI James Comey em um livro de memórias ainda não lançado, segundo o jornal Washington Post.
Comey, demitido por Trump em maio de 2017, escreveu em "A Higher Loyalty: Truth, Lies and Leadership" ("uma lealdade maior: verdades, mentiras e liderança", em tradução livre) que o presidente havia mencionado o dossiê a ele pelo menos quatro vezes durante reuniões, segundo o jornal.
O dossiê foi elaborado pelo ex-agente da inteligência britânica Christopher Steele e discorria sobre os laços de Trump com a Rússia, incluindo uma alegação envolvendo prostitutas.
A Casa Branca não respondeu de imediato a pedidos de comentários da Reuters, assim como o agente de Comey. O FBI se recusou a comentar a informação.
O jornal disse que obteve uma cópia do livro de 304 páginas, que deve ser lançado na próxima terça-feira, e no qual Comey detalhou interações particulares com Trump.
A demissão de Comey levou a indicação do procurador especial Robert Mueller para investigar alegações de que a Rússia teria interferido na eleição presidencial norte-americana de 2016 e a possível conspiração entre russos e a campanha de Trump.
A Rússia nega ter interferido na eleição e Trump afirma que não houve nenhuma conspiração.
(Reportagem de Eric Beech)