BRASÍLIA (Reuters) - A Executiva Nacional do PMDB decidiu nesta quarta-feira que a adesão de novos deputados federais ao partido terá de ser submetida à sua aprovação, mas não discutiu uma eventual antecipação da convenção nacional prevista para março, reunião que pode deliberar pelo rompimento da legenda com o governo federal, disseram peemedebistas.
Com isso, ao menos por enquanto, a convenção está mantida para março.
"A convenção será em março, será mantida para março do próximo ano", disse o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), vice-presidente da legenda.
Segundo o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), a antecipação não chegou a entrar na pauta da Executiva nesta quarta, porque essa questão estava diretamente ligada ao filtro para a entrada de novos deputados, vista por muitos peemedebistas como uma tentativa de interferência do Palácio do Planalto na bancada do partido.
"A antecipação da convenção estava ligada aos efeitos da intervenção do governo, se ia conseguir ou não", disse Vieira Lima. "A tentativa do governo de interferir no PMDB através de outros partidos, de migrações, não gerou o efeito que gostariam."
Segundo Raupp, a resolução aprovada nesta quarta dá à Executiva Nacional do PMDB o poder de avaliar e aprovar filiações, sobretudo de deputados federais.
"Nos Estados e municípios isso já era uma prática. Um vereador com mandato, por exemplo, para entrar no partido já precisava passar pelo diretório municipal", disse Raupp.
(Reportagem de Leonardo Goy)