BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta quarta-feira que há uma "cadeia" de fatos sob investigação que justificam o fato de ele ser mantido como relator dos casos da JBS (SA:JBSS3) em curso na corte, inclusive na delação dos executivos do grupo.
Segundo Fachin, ainda que não haja fatos ligados à Petrobras (SA:PETR4), não se verifica qualquer "mácula" na distribuição do pedido de homologação do acordo de delação premiada da JBS.
O ministro disse que, no curso das apurações da operação Lava Jato, surgiram dois braços que envolviam partidos: o primeiro envolvendo o PT e o segundo, o PMDB.
Segundo ele, paralelamente a isso, o Ministério Público Federal celebrou acordo de delação com o ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, que acusou a atuação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) no FI-FGTS, apuração esta sob relatoria do ex-ministro Teori Zavascki.
O relator disse que, após a morte de Zavascki, recebeu os autos dessa delação de Fábio Cleto das mãos do ministro Alexandre de Moraes, que considerou Fachin relator das investigações. Ele disse que o delator Joesley Batista, da JBS, também citou em seu acordo irregularidades no FI-FGTS, medida que atrairia a competência de Fachin.
O ministro do STF rejeitou o recurso apresentado pela defesa do governador do Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), que questionava sua competência para ser relator do caso.
"Não se verifica, a meu modo de ver, qualquer ilegalidade na distribuição por prevenção", disse Fachin.
(Reportagem de Ricardo Brito e César Raizer)