Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin autorizou nesta quarta-feira que a Polícia Federal faça questionamentos ao presidente Michel Temer a respeito da conversa gravada entre ele e o empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS (SA:JBSS3), que fechou acordo de delação premiada.
Mais cedo, a defesa de Temer havia apresentado uma petição no inquérito a que o presidente responde para suspender o interrogatório dele até que a PF conclua uma perícia no áudio da conversa entre ambos. Alternativamente, queriam que não se fizesse perguntas a ele sobre a conversa interceptada.
Na decisão, Fachin rejeitou os pedidos dos advogados de Temer, investigado pelos crimes de obstrução de Justiça, corrupção passiva e organização criminosa.
O ministro do STF autorizou que a PF faça quaisquer perguntas ao presidente, mas assegurou o direito a ele de permanecer calado.
"Portanto, reconheço que ao requerente o direito, se assim desejar, de não responder quaisquer perguntas que lhe forem formuladas, sendo que essa opção não poderá ser interpretada contrariamente aos seus interesses, tampouco implicar em proibição à autoridade policial de formulá-las", decidiu o ministro.
Fachin havia dado um prazo de 24 horas para que Temer responda, por escrito, às perguntas da PF assim que receber os questionamentos.
O ministro tinha fixado prazo de 10 dias para que sejam concluídas as investigações do inquérito com o argumento de que há uma pessoa presa preventivamente -Roberta Funaro, a irmã do empresário Lúcio Funaro.