BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Edson Fachin, relator da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira separar os inquéritos sobre o presidente Michel Temer e o ex-assessor do presidente Rodrigo Rocha Loures do caso que envolve o presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e pessoas ligadas a ele. Fachin atendeu a pedido dos advogados de Temer, que pediram na semana passada a separação dos casos por entenderem não haver conexão entre os fatos investigados. A defesa do presidente considera que esse desmembramento vai facilitar que o caso tenha um andamento mais rápido.
Com a decisão de Fachin, a investigação sobre Rocha Loures seguirá no Supremo, mesmo após o ex-assessor de Temer deixar de ter foro privilegiado com a volta para a Câmara do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) após deixar o comando do Ministério da Justiça. Rocha Loures foi eleito para uma vaga de suplente de parlamentar e havia chegado à Câmara com a nomeação de Serraglio para o ministério. Em uma ação controlada com autorização do STF, Rocha Loures foi flagrado recebendo uma mala com 500 mil reais de propina da JBS (SA:JBSS3).
O empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS, disse em delação premiada que Rocha Loures foi indicado por Temer para tratar de negócios referentes ao presidente. Temer nega. Após a decisão de Fachin, Temer e Rocha Loures serão investigados em um inquérito por crimes de organização criminosa, corrupção passiva e obstrução de Justiça.
Em outro, Aécio Neves será investigado juntamente com sua irmã, Andrea Neves, seu primo, Frederico Pacheco de Medeiros, e o assessor do senador Zezé Perrella (PMDB-MG) e cunhado desse parlamentar, Mendherson Souza Lima.
(Reportagem de Ricardo Brito)