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Governo age para evitar análise de vetos polêmicos e sessão do Congresso é adiada

Publicado 02.09.2015, 13:42
Atualizado 02.09.2015, 13:47
© Reuters.  Governo age para evitar análise de vetos polêmicos e sessão do Congresso é adiada

BRASÍLIA (Reuters) - O Congresso Nacional adiou mais uma vez, nesta quarta-feira, a análise dos vetos presidenciais, por falta de quórum, deixando de votar, por exemplo, a decisão da presidente Dilma Rousseff de barrar reajustes de até 78,56 por cento para os servidores do Judiciário e a extensão da política de correção do salário mínimo ao aposentados.

A sessão conjunta da Câmara e do Senado chegou a ser iniciada por volta das 11h, mas foi encerrada pelo deputado Waldir Maranhão (PP-MA), vice-presidente do Congresso, pouco depois das 12h30, por falta de quórum entre os senadores para votação.

Havia, naquele momento, 37 senadores, quando o mínimo para deliberar seria 41. Do lado da Câmara, porém, havia quórum, superando os 257 deputados necessários.

Após o anúncio de encerramento da sessão, houve bate-boca entre governistas e integrantes da oposição, que acusavam aliados do governo de manobrarem para evitar a votação de vetos.

"Estão fechando o Parlamento brasileiro", afirmou o deputado Domingos Sávio (PSDB-MG).

Já parlamentares da base argumentaram que, embora houvesse uma orientação para evitar a análise desses vetos, o encerramento da sessão obedeceu às regras do regimento.

O vice-líder do governo na Câmara, Sílvio Costa (PSC-PE), afirmou que havia um requerimento sobre a mesa para ser votado, o que exigiria o quórum de deliberação.

"A palavra não é manobra. Tem uma estratégia do governo para não votar", disse o vice-líder a jornalistas após discussão com parlamentares da oposição.

"O governo está conversando com os partidos... porque essa pauta-bomba aí dá um prejuízo ao Brasil de 42 bilhões (de reais)", disse, referindo-se ao eventual impacto da derrubada dos vetos mais polêmicos.

O Ministério do Planejamento estima que somente o reajuste dos servidos do Judiciário poderia gerar despesas adicionais de 25,7 bilhões de reais nos próximos quatro anos.

(Por Leonardo Goy e Maria Carolina Marcello)

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