(Reuters) - O governo do presidente eleito Jair Bolsonaro tem duas propostas para o futuro do Ministério do Trabalho, uma delas juntá-lo em um Ministério da Produção e outra de incluí-lo na pasta da Cidadania, disse o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, em entrevista à Rádio Gaúcha nesta quarta-feira.
Tanto a pasta da Produção quanto a da Cidadania não existem atualmente e serão criadas pelo próximo governo, que prometeu enxugar o número de ministérios em um esforço para reduzir a máquina pública.
"O Ministério do Trabalho ficará junto com a Produção, ou vai para o outro ministério chamado de Cidadania, que tem o desenvolvimento social, os direitos humanos. Para a gente poder sair de 30 ministérios para 16, 17 ou 15, tem que fazer essa concentração, tem que fazer essa reestruturação, e isso é bem complexo", disse Onyx.
Também em entrevista nesta manhã, Bolsonaro afirmou à TV Record que a pasta do Trabalho pode tanto ser combinada com outra como se tornar uma secretaria vinculada a algum ministério. Segundo o presidente eleito, a medida não será apenas para "enxugar ministério", mas também para que seja implementada uma fiscalização sobre um ministério alvo de denúncias de corrupção nos últimos anos.
"O mais importante: a legislação trabalhista está preservada. Não interessa se vai ter status de ministério ou não vai ter, isso não interessa. Pouco tem a ver. Você pode botar ministério disso, disso e trabalho ou então botar como uma secretaria em baixo de um ministério qualquer, não influencia em absolutamente nada", disse Bolsonaro.
"Agora, o que todo mundo sabe, esse ministério foi largamente usado para ações não republicanas ao longo dos últimos anos. É um festival de denúncias em cima desse ministério que fazia de tudo, menos se preocupar com o trabalho", acrescentou.
De acordo com o futuro ministro da Casa Civil, o governo eleito estuda transferir para o Ministério da Justiça e Segurança Pública a área do Ministério do Trabalho responsável pela concessão de cartas sindicais, de forma a combater a corrupção existente nesse setor, uma vez que a pasta terá como chefe o juiz federal Sérgio Moro.
Na entrevista, Onyx confirmou ainda que o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) é o preferido de Bolsonaro para assumir o Ministério da Saúde, mas disse que uma possível nomeação só deve ocorrer na próxima semana.
Segundo Onyx, o fato de Mandetta responder a processo em que é acusado de irregularidades em seu Estado não representa um empecilho, uma vez que o deputado tem documentos que comprovam sua lisura no caso, de acordo com o futuro chefe da Casa Civil.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)