Por Sonya Dowsett
MADRI (Reuters) - O governo espanhol agiu nesta segunda-feira para manter o regime direto sobre a Catalunha, ao rejeitar a equipe escolhida pelo líder separatista Quim Torra, que prometera recriar o governo catalão derrubado por Madri após uma declaração de independência.
Madri e Barcelona estão em um impasse há meses, uma vez que as eleições regionais convocadas pelo governo em dezembro restauraram a maioria parlamentar dos partidos pró-independência.
Pelos termos da legislação de emergência adotada para assumir o governo da Catalunha, Madri deve suspender o controle direto uma vez que o governo catalão esteja plenamente formado e membros do gabinete tenham sido nomeados.
Mas o governo espanhol disse que a indicação de quatro homens que são acusados de crimes como rebelião e uso indevido de verbas públicas, que estão detidos ou se exilaram voluntariamente, equivaleu a uma provocação deliberada.
Agora não se sabe quando o controle direto será cancelado. O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, disse nesta segunda-feira que espera que a Catalunha forme em breve um governo viável que obedeça à lei.
"Espero que em breve exista um governo que seja viável, que obedeça à lei e que entre em diálogo conosco", disse ele em um discurso feito em um evento na Galícia. "Um que trabalhará para recuperar a normalidade institucional e política em nosso país".
Tribunais da Espanha determinaram que o referendo de independência de 1º de outubro e a declaração de independência subsequente foram ilegais por terem afrontado a Constituição, que afirma que a nação é indivisível.
O Parlamento catalão elegeu Torra, escolhido pelo ex-líder Carles Puigdemont, atualmente vivendo na Alemanha, na semana passada.
Puigdemont está aguardando a decisão de uma corte alemã a respeito de uma ordem de extradição da Espanha, resultante de uma acusação de uso indevido de verbas públicas devido à sua participação na organização do referendo ilegal de outubro passado.