BRASÍLIA (Reuters) - O governo eleito iniciou oficialmente nesta segunda-feira a transição com a criação de 10 grupos de trabalho, abarcando áreas que serão unidas em ministérios, e a nomeação oficial dos primeiros 22 nomes técnicos que trabalharão na formatação do novo governo, informou o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), nomeado ministro extraordinário para transição.
"Criamos os primeiros grupos técnicos, que são desenvolvimento regional, ciência, tecnologia, inovação e comunicação, modernização do Estado, economia e comércio exterior, educação, cultura e esportes, justiça, segurança e combate à corrupção, defesa, infraestrutura, produção sustentável, agricultura e meio ambiente, saúde e assistência social. Esses são os primeiros 10 que serão acrescidos de outros", explicou Onyx depois da primeira reunião técnica no Centro Cultural Banco do Brasil (SA:BBAS3), em Brasília, onde ficarão os escritórios de transição.
Os grupos seguem até agora a formatação que a equipe de Bolsonaro tem pensado para a formação de ministérios. A intenção é reduzir os atuais 29 para 16, integrando diversas pastas. A formatação dos grupos coloca junto Meio Ambiente e Agricultura, uma das promessas de campanha do presidente eleito, mas que pode ser modificada, segundo o próprio, já que esta é uma estrutura que não há consenso no setor agrícola, apoiador de Bolsonaro.
O ministro da transição confirmou a publicação oficial dos primeiros 22 nomes indicados para a transição, que saiu nesta segunda-feira em uma edição extra do Diário Oficial. Entre eles, estão os futuros ministros da Economia, Paulo Guedes, da Defesa, general Augusto Heleno Pereira, da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, além do ex-presidente do PSL e coordenador da campanha de Bolsonaro, Gustabo Bebbiano, que ainda tem cargo incerto no governo.
Segundo Onyx, Bolsonaro, que virá a Brasília na terça-feira, indicará novos nomes nos próximos dias.
Dos 22 nomeados nesta segunda, a maior parte é de técnicos ligados às áreas de infraestrura e economia. Estão na lista, por exemplo, os economistas Luciano Irineu de Castro Filho, professor associado na Universidade de Iowa, Arthur Bragança Weintraub, professor de direito previdenciário da Universidade de São Paulo, Carlos Von Doellinger, economista da Universidade Federal do Rio de Janeiro, e Roberto Castello Branco, doutor em economia pela Fundação Getulio Vargas, ex-diretor do Banco Central e da Vale (SA:VALE3).
Outras cinco pessoas foram nomeadas sem remuneração, como colaboradores. Entre eles, Adolfo Sachsida, funcionário do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e
Marcos Cintra, economista formado por Harvard.
Segundo Onyx, além dos 50 cargos cedidos pelo atual governo com remuneração, a equipe de transição será formada por colaboradores de outros órgãos governamentais, que não terão remuneração extra, e por voluntários.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)