SÃO PAULO (Reuters) - Parlamentares aliados ao governo do presidente Jair Bolsonaro não devem "forçar a barra" ao buscar alterar o parecer do relator Samuel Moreira (PSDB-SP) na comissão especial da reforma da Previdência, disse nesta segunda-feira o presidente do colegiado, deputado Marcelo Ramos (PL-AM).
Em entrevista a jornalistas após uma palestra no Banco Itaú (SA:ITUB4), Ramos disse que o relatório de Moreira --que desagradou o ministro da Economia, Paulo Guedes-- é o texto que tem mais chance de obter apoio tanto na comissão especial quanto os 308 votos necessários para ser aprovado no plenário da Câmara.
Ramos disse ainda que o texto de Moreira garante economia próxima ao 1 trilhão de reais em uma década defendida pela equipe econômica encabeçada por Guedes.
"Acho que alguns aspectos da matemática são incontestáveis. Perto de 1 trilhão já está. O que o governo não pode é querer forçar a barra para o que ele não tem voto. Relatório bom é relatório que tem voto. O governo tem seis votos na comissão especial e não pode achar que com seis votos ele vai conseguir impor a sua vontade", disse Ramos.
(Reportagem de Eduardo Simões)