Para o ex-presidente Lula, em algum momento deste mês o governo terá de anunciar alguma coisa na economia brasileiraArquivo/José Cruz/Agência Brasil
O ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse hoje (20), em entrevista a blogueiros, que o governo tem de anunciar como será a política econômica do país sob o comando do novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, que assumiu o cargo em dezembro do ano passado.
“Em algum momento deste mês, o governo terá de anunciar alguma coisa na economia brasileira, inclusive para explicar à sociedade as razões da saída do ex-ministro Joaquim Levy, o que vai mudar e como vai mudar", disse Lula.
O ex-presidente afirmou que a economia do país não vai melhorar “fazendo discurso” para o mercado. Acrescentou que a presidenta da República, Dilma Rousseff, deve ter obsessão com a retomada do crescimento econômico, a geração de emprego e a redução da inflação.
“Em algum momento se acreditou que fazendo discurso para o mercado a gente iria melhorar. O quepercebemos é que não conseguimos ganhar uma pessoa do mercado. Nem o Levy, que era o representante do mercado no Ministério da Fazenda, virou governo. Nem ele.”
“Dilma tem de ter como obsessão a retomada do crescimento econômico, a geração de emprego e a redução da inflação. Não é uma tarefa fácil, mas não é uma tarefa econômica. É política. Você tem de escolher o que fazer”, afirmou.
Lula ressaltou que o governo precisar dar o exemplo, fazer investimentos públicos, além de alavancar uma política de investimentos. “Se o governo não está pondo dinheiro, por que os empresários vão pôr? Se o governo não está fazendo financiamento, por que os empresários vão fazer? O governo tem de tomar iniciativa.”
O ex-presidente minimizou ainda a alta da inflação, mas disse que o governo tem de ter cuidado para que a renda do trabalhador não seja reduzida. “Para mim, quem viveu inflação de 80% ao mês, 8% dá até para guardar dinheiro debaixo do colchão. Mas não podemos deixar a inflação avançar, porque o trabalhador perde. Quem ganha são os especuladores”.