SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo que o governo terá um candidato à Presidência em 2018, mas que não seria o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
De acordo com a entrevista publicada nesta segunda-feira, Meirelles fez a avaliação de que o candidato a ser apoiado pelo governo do presidente Michel Temer terá de defender o "legado" do peemedebista, característica que disse não ser compatível o governador paulista.
Na entrevista ao jornal, Meirelles também não descartou ser ele o candidato apoiado pelo Palácio do Planalto, embora tenha repetido que só tomará uma decisão sobre eventual candidatura à Presidência no final de março de 2018.
"O PSDB está tendendo na direção de não apoiar o governo e isso terá consequências no processo eleitoral", disse Meirelles de acordo com o jornal.
"Uma coisa é o apoio a determinadas reformas, outra é o apoio à política econômica atual, com todas as suas medidas e consequências. Não há, pelo menos até o momento, um comprometimento do PSDB em defesa dessa série de políticas e do legado de crescimento com compromisso de continuidade."
Meirelles disse ainda que uma definição sobre se será candidato no ano que vem dependerá de uma "articulação política" e do processo de retomada da economia e disse que, se decidir ir para a disputa, defenderá o governo na campanha.
"Se a decisão (de ser candidato) for positiva, defenderei o legado deste governo, do qual sou parte", disse.
Filiado ao PSD, o ministro tem se articulado nos bastidores para concorrer às eleições presidenciais do próximo ano, contando inclusive com uma equipe para monitorar sua estratégia de comunicação em meio à recuperação da economia.
Entretanto, ele vem dizendo que está concentrado no momento em seu trabalho à frente do Ministério da Fazenda e que uma decisão sobre candidatura será tomada às vésperas do fim do prazo para que ocupantes de cargos públicos deixem seus postos para disputar a eleição.
Pesquisa Datafolha divulgada no fim de semana apontou Meirelles com entre 1 por cento e 2 por cento das intenções de voto nos diferentes cenários pesquisados pelo instituto em que o nome do ministro aparece.
"As menções ao meu nome refletem o fato de que tenho dito que não sou candidato, não estou em campanha e estou completamente concentrado em garantir a recuperação da economia e a geração de empregos", disse o ministro sobre a pesquisa.
(Por Eduardo Simões)