Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Escalado para falar em nome do governo sobre a greve geral desta sexta-feira, o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, classificou como "pífio" o movimento e afirmou que os levantamentos do governo mostram tranquilidade no país.
"Não há nem direito o que avaliar. Há uma tranquilidade no país", disse à Reuters. "Houve o chamado para uma 'greve geral', que é uma coisa para impressionar, mas foi um movimento pífio. Está tudo funcionando, os serviços, a indústria."
Serraglio descartou, ainda, que possa haver um impacto entre os parlamentares para a votação da reforma da Previdência, marcada para comissão especial na próxima semana.
"Se houver um impacto vai ser um tiro no pé. Não creio que esse nível de movimento vá impressionar os parlamentares", disse o ministro.
Mais cedo, fontes do Planalto já avaliavam que o movimento estava fraco, com as ações concentradas no transporte público, o que causava a impressão de um movimento maior, porque as pessoas não conseguem chegar ao trabalho.
O presidente Michel Temer chegou cedo ao Palácio do Planalto e vem sendo informado dos desdobramentos da greve ao longo do dia, entre reuniões com ministros. Pela manhã, reuniu-se com o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, e com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, para fazer uma avaliação dos primeiros movimentos e considerou o movimento "disperso" e abaixo do esperado.
Ainda na quinta-feira, o Planalto temia um protesto maior do que a manifestação de março contra a corrupção e com ações mais violentas no final da tarde, o que ainda não foi descartado. Mas o risco foi minimizado por Serraglio.
"Já estamos no meio da tarde e nada demais aconteceu. Não imaginamos nada muito diferente para o resto do dia", afirmou.