(Reuters) - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que ficará surpreso se deputados e senadores fizerem grandes alterações na proposta de reforma da Previdência entregue ao Congresso nesta quarta-feira.
"Vai ser uma surpresa muito grande para mim se mexerem muito nesse projeto", disse Guedes em entrevista à TV Brasil, ressaltando que tem visto pouca resistência à reforma na classe política "esclarecida".
O ministro defendeu o que o governo vem chamando de Nova Previdência como uma forma de escapar da armadilha do atual regime previdenciário, que está, segundo ele, obsoleto, comparando-o a um avião condenado a cair.
Para Guedes, o atual regime enfrenta três problemas graves. O primeiro deles é uma bomba etária, já que cada vez mais o Brasil terá menos jovens, que são os que financiam o sistema hoje, e mais idosos, que usam esses recursos.
Além disso, o alto desemprego reduz os número de trabalhadores que contribuem para a Previdência e os recursos gerados agora são gastos imediatamente, não são levados ao futuro, ao contrário do sistema de capitalização que será introduzido à frente. [nE6N1ZV011]
O texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, entregue nesta quarta-feira ao Congresso reiterou as idades mínimas já divulgadas na semana passada, de 62 anos para mulheres e 65 anos para homens. Para os trabalhadores da iniciativa privada, o tempo mínimo de contribuição será de 20 anos e para os servidores de 25 anos.
A proposta prevê forte endurecimento na concessão de benefícios assistenciais e aumento na alíquota de contribuição previdenciária dependendo das faixas salariais. Guedes ressaltou na entrevista, que para 75 por cento do trabalhadores, haverá redução nos encargos. [nL1N20F0L9][nL1N20F1UJ]
Para Guedes, quanto antes a reforma for aprovada, mais rapidamente as contas públicas serão equilibradas e estarão dadas as condições para o crescimento da economia e geração de emprego.
"Quanto mais rápido aprovarmos, mais rapidamente desaparecem as nuvens negras do horizonte fiscal brasileiro", defendeu Guedes.
(Por Alexandre Caverni)