Investing.com - O ministro da Economia Paulo Guedes vai assumir a coordenação da articulação política para a aprovação da reforma da Previdência no Congresso, segundo o site do jornal Valor Econômico. Guedes tem uma boa relação com o presidente da Câmara Rodrigo Maia, que protagonizou troca de farpas com o presidente Jair Bolsonaro na última semana.
Inclusive, foi Maia quem alertou o ministro sobre o ambiente oposicionista na audiência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) que Guedes participaria, mas acabou cancelando de última hora. Após os dois almoçarem com lideranças partidárias quinta-feira, ambos atenderam os jornalistas e trocaram elogios. Guedes assegurou que o "barulho" gerado por atritos políticos recentes vai diminuir, enquanto Maia afirmou que seu foco é fazer as reformas no Brasil.
No Twitter, Maia afirmou que o almoço com Guedes foi o pontapé inicial do debate para a reforma da Previdência. O deputado carioca escreveu que conversou com Guedes sobre sua participação na audiência da CCJ na próxima quarta-feira (3).
O Valor também informa que Guedes não pretende deixar o cargo ante as dificuldades políticas, que não têm a ver com divergências ideológicas. As dificuldades estão relacionadas a poder, cargos e liberação de dinheiro das emendas parlamentares.
Bolsonaro e Maia
Um dia após a troca de farpas entre o presidente e o deputado, Bolsonaro afirmou que as divergências são "página virada" e que "foi uma chuva de verão", ressaltando novamente que não tem problema com Maia. O presidente também se reuniu, na quinta-feira, com o presidente do Senado Davi Alcolumbre.
Ontem, Bolsonaro disse em entrevista à TV Bandeirantes que Maia estaria "abalado" por questões pessoais, referindo-se à prisão do ex-ministro Moreira Franco, sogro de Maia. O deputado revidou afirmando que Bolsonaro "estava brincando de ser presidente".
Guedes no Senado
Um dia após não comparecer em audiência na CCJ, o ministro participou da sessão da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado. Apesar de prometer anúncio em dias para a ajuda de Estados com dificuldades financeiras - além de disponibilizar de imediato R$ 10 bilhões em auxílio -, Guedes disse que não tem apego ao cargo e que tem uma vida fora do ministério, o que foi interpretado pelos agentes econômicos como negativos para o avanço da reforma da Previdência, aprofundando o pessimismo no mercado ante a troca de farpas entre os líderes do Executivo e do Legislativo.
Mercado
O apaziguamento político influencia o bom humor do Ibovespa na sessão de hoje, seguindo a diminuição de aversão ao risco no exterior. O principal índice acionário brasileiro opera com alta de 2,45% a 94.151,03 pontos.
O dólar é negociado a R$ 3,9497, baixa de 1,09%. No início do dia, a moeda americana chegou a ser cotada a R$ 4,00, porém recuou com a intervenção do Banco Central, que disponibilizou um leilão de linha de US$ 1 bilhão.