Money Times - O mercado financeiro luta hoje com a realidade de um 2º turno entre Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) e com a verdade inconveniente de que o petista tem uma liderança de 6 pontos percentuais em relação ao ex-capitão do Exército. É um grande desconforto e que já reflete nos negócios desta terça-feira (25).
O índice Ibovespa abriu nesta terça-feira em baixa de 1,25%, aos 77.006 pontos. Enquanto isso, num dia marcado para uma reunião do Federal Reserve, o dólar fechou estável em relação ao euro e ficou à frente do iene.
Os analistas do Credit Suisse Leonardo Fonseca e Lucas Vilela ressaltam que, apesar do cenário ainda favorável para Bolsonaro no primeiro turno, suas intenções de voto em um segundo turno caíram significativamente nos cenários contra todos os candidatos mais bem classificados.
“O aumento na taxa de rejeição de Bolsonaro também sugere que a forte campanha negativa contra ele, após uma pausa após o esfaqueamento em 6 de setembro, vem prejudicando sua competitividade em um possível segundo turno”, concluem.
A consultoria LCA avalia que a forte campanha contra ele tanto no horário eleitoral gratuito, como nas mídias sociais causou uma redução do apoio que o candidato tinha principalmente na região Sul. Nesta região, Bolsonaro perdeu 8 pontos percentuais (pp) ao registrar 30%.
“A campanha negativa contra a Bolsonaro e as declarações polêmicas de Guedes e do seu vice-presidente, General Mourão, também o prejudicaram. Assim, a sua rejeição voltou a crescer”, aponta o relatório. Mesmo com incertezas acerca do seu rumo econômico, o mercado ainda continua a apoiá-lo.
Um desses nomes é Luis Stuhlberger, gestor do Fundo Verde.“Bolsonaro é um cenário que o mercado ainda gosta. O mercado piora por ver que o segundo colocado nas pesquisas é o PT. Isso é impensável, né? Voltemos ao fim de 2015: o PIB já tinha colapsado”.
A corretora Nova Futura estima que uma vitória de Haddad no segundo turno pode levar o Ibovespa para os 60 mil pontos, ou menos.
Voto útil para Alckmin
Para a XP Investimentos, o movimento de queda de Bolsonaro e avanço do PT pode incentivar o discurso do PSDB, que prega o voto útil em Alckmin pelo PT vencer o PSL no segundo turno, mas que ainda tem mostrado dificuldade para vingar. Enquanto isso, os investidores tentam fazer as suas apostas, mais ou menos racionais, a 13 dias do 1º turno.
Por Money Times