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Haddad terá de explicar herança petista de 13 milhões de desempregados, diz Alckmin

Publicado 12.09.2018, 15:25
Atualizado 12.09.2018, 16:30
© Reuters. Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência da República, durante debate em Brasília

(Reuters) - O candidato do PSDB ao Palácio do Planalto, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta-feira que Fernando Haddad terá de explicar durante a campanha eleitoral a herança petista de 13 milhões de desempregados, e afirmou que o PT parou com a "enganação" ao confirmar na véspera a candidatura de Haddad à Presidência no lugar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Finalmente o PT parou com a enganação, porque era uma enganação, todo mundo sabia que o Lula não ia ser candidato, mas ficaram aí escondendo o Haddad", disse Alckmin a jornalistas em Betim (MG), onde visitou uma fábrica de automóveis.

"Agora ele vai ter que se apresentar como candidato e explicar os 13 milhões de desempregados, fora outros tantos no desalento e no subemprego. Vai ter que explicar, porque isso não começou hoje, isso aí é uma herança do período do PT", acrescentou.

Haddad foi anunciado como candidato do PT à Presidência na terça-feira, depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrou a candidatura de Lula ao Planalto com base na Lei da Ficha Limpa. O petista foi condenado pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) por corrupção e lavagem de dinheiro e está preso desde abril em Curitiba.

Indagado sobre as pesquisas de intenção de voto, que mostram o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, na liderança e Alckmin tecnicamente empatado em segundo lugar ao lado de Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Haddad, o tucano minimizou o fato de ainda não ter conseguido decolar nas sondagens.

"O que as pesquisas mostram é que tem um segundo lugar não definido, e tem quatro candidatos disputando aí esse segundo lugar. Agora é que as coisas estão se definindo. O interesse pela eleição aumenta, inclusive a audiência do rádio e da televisão, assim como das redes sociais", disse.

Alckmin voltou a vincular seus adversários ao PT, numa aparente tentativa de colocar-se como o nome anti-petista na corrida presidencial.

"Eu vejo que nós temos numa eleição o candidato do PT e os adoradores do PT e do Lula", disse. “Ciro (Gomes) foi ministro do Lula, sempre apoiou o PT, até a Dilma (Rousseff). O (Henrique) Meirelles se vangloria de ter sido ministro e presidente do Banco Central do PT, a Marina Silva foi 24 anos filiada ao PT e agora o Haddad, que também é inacreditável você lançar uma candidatura na porta da penitenciária”, disse.

Ao mesmo tempo, o tucano voltou a dizer que um voto em Bolsonaro pode representar a volta do PT à Presidência da República.

"De outro lado, o que nós precisamos verificar? Quem pode vencer, para não retroceder. Eu vejo que o Bolsonaro é um passaporte para voltar ao PT. Eu acho que não vai (para o segundo turno), mas se for é um perigo", avaliou.

© Reuters. Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência da República, durante debate em Brasília

"Você vota em um e elege o outro. Isso é um fato. Então vamos trabalhar muito para chegar no segundo turno."

(Por Eduardo Simões, em São Paulo)

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