Por Amanda Becker e Luciana Lopez
FILADÉLFIA (Reuters) - Hillary Clinton foi oficializada como a candidata do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos, dando a volta por cima após uma derrota em sua primeira tentativa em 2008 e sobrevivendo à dura batalha das primárias, tornando-se a primeira mulher na corrida presidencial norte-americana por um grande partido na história.
Em uma simbólica demonstração de unidade, o antigo rival das primárias, o senador Bernie Sanders, do Estado de Vermont, disse à presidente da convenção Democrata que Hillary, de 68 anos, deveria ser selecionada como indicada do partido, após uma chamada de Estado por Estado para anunciar o candidato selecionado.
Com mais de 25 anos de vida pública, Hillary vai se tornar a opção do partido contra o candidato republicano Donald Trump nas eleições gerais de 8 de novembro, quando aceitar a nomeação na quinta-feira.
“Se há meninas que ficaram acordadas até tarde para assistir, deixe-me dizer: eu posso me tornar a primeira mulher presidente, mas uma de vocês será a próxima”, disse Hillary à convenção via conexão por satélite.
Ao nomear Hillary, os delegados democratas apontaram que a seleção de uma mulher era um marco na história de 240 anos dos EUA. Mulheres adquiriram o direito de votar em 1920, após a ratificação da 19ª emenda da Constituição.
O marido de Hillary, o ex-presidente Bill Clinton, a retratou, durante um discurso na convenção, como uma força dinâmica por mudança.
“Hillary é particularmente qualificada para agarrar as oportunidades e reduzir os riscos que enfrentamos, e ela ainda é a melhor realizadora de mudanças que eu já conheci”, disse ele, rebatendo argumentos de republicanos de que ela é muito próxima do status quo de Washington.
A indicada do Partido Democrata, que promete lidar com desigualdade de renda, apertar o controle contra armas e colocar rédeas em Wall Street caso se torne presidente, está ansiosa em descrever Trump, um empresário e ex-apresentador de programa de reality show, como uma pessoa muito instável para sentar-se no Salão Oval.
Trump, de 70 anos, que nunca foi eleito para nenhum cargo, conseguiu um impulso em pesquisas de opinião após sua indicação para ser o candidato do Partido Republicano na semana passada. Ele tinha uma vantagem de 2 pontos sobre Clinton em uma pesquisa da Reuters/Ipsos divulgada na terça-feira, a primeira vez que ficou à frente desde o começo de maio.
Sanders endossou Hillary, mas alguns de seus apoiadores protestaram durante a convenção, realizada na Filadélfia, contra o aparente favorecimento dado pela liderança do partido a ela durante as primárias.
(Reportagem adicional de Amy Tennery, Emily Stephenson e Jonathan Allen)