Por Emily Stephenson e Amanda Becker
MIAMI/PHOENIX (Reuters) - A democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump seguiram para a Carolina do Norte nesta quinta-feira em um esforço final para angariar apoio no Estado-chave, e duas pesquisas nacionais mostram a ex-primeira-dama mantendo uma pequena dianteira poucos dias antes da eleição presidencial de 8 de novembro.
Os levantamentos New York Times/CBS e Washington Post/ABC ecoaram outras pesquisas nacionais que mostraram Hillary com uma dianteira menor perante Trump desde o ressurgimento, na semana passada, da polêmica sobre seu uso de um email particular quando era secretária de Estado.
Hillary estava 3 pontos percentuais à frente na sondagem Times/CBS feita com 1.333 eleitores registrados entre os dias 28 de outubro e 1 de novembro. No mesmo dia 28 de outubro, o FBI anunciou estar analisando uma nova leva de emails que podem estar relacionados com seu uso de correio eletrônico.
A pesquisa, que tem margem de erro de 3 pontos percentuais, mostrou Hillary com 45 por cento de apoio e Trump com 42 por cento, de acordo com o New York Times.
"No geral, cerca de seis em cada 10 eleitores disseram que as revelações de última hora sobre cada candidato não faria uma diferença real em seu voto", disse o jornal.
Também foram vistas grandes diferenças por gênero, com mais mulheres endossando Hillary e mais homens apoiando Trump. Resultados mais detalhados da sondagem devem ser publicados ainda nesta quinta-feira.
Separadamente, uma pesquisa Washington Post/ABC mostrou Hillary 2 pontos percentuais à frente entre 1.767 eleitores prováveis --o voto é facultativo nos EUA-- entre 29 de outubro e 1 de novembro, ou com 47 por cento de intenção de voto diante de 45 por cento para o magnata. A margem de erro também foi de 3 pontos percentuais.
Uma pesquisa Reuters/Ipsos realizada na quarta-feira aponta que Hillary lidera com 6 pontos percentuais de vantagem, a mesma vantagem que tinha antes de o diretor do FBI, James Comey, divulgar sua carta.
Uma média de levantamentos compilada pelo site RealClearPolitics mostrou a ex-senadora na liderança com 1,7 ponto percentual nesta quinta-feira, bem abaixo da dianteira sólida que ela tinha até o final do mês passado.
O acirramento da disputa pela Casa Branca abalou os mercados financeiros, e os investidores começaram a pesar a possibilidade de o empresário de Nova York vencer no dia 8 de novembro. O mercado normalmente vê Hillary como a candidata que manteria o status quo, enquanto é maior a incerteza a respeito do que uma Presidência de Trump poderia significar em termos de política econômica, livre comércio e geopolítica.
Hillary, que espera se tornar a primeira mulher a ser eleita presidente dos EUA, estava no Arizona na noite de quarta-feira, discursando em um de seus maiores comícios até o momento. Ela pediu que a plateia de cerca de 15 mil pessoas imaginasse a vida com Trump no Salão Oval, especialmente para mulheres, latinos e muçulmanos.
Trump, que jamais havia concorrido a um cargo público, vem causando ultraje em sua campanha nada ortodoxa, mas tem conquistado apoio com suas promessas de virar a política tradicional de Washington de cabeça para baixo.
(Reportagem adicional de David Alexander, em Washington)