Islamabad, 26 jul (EFE).- O ex-jogador de críquete Imran Khan, do partido Paquistão Tehreek-i-Insaf (PTI), proclamou nesta quinta-feira sua vitória nas eleições gerais do país realizadas ontem, faltando que se anunciem os resultados oficiais, após um prolongado atraso entre alegações de fraude no processo.
"Quero agradecer a Alá por esta oportunidade para servir o país", afirmou o já autoproclamado próximo primeiro-ministro do Paquistão, em discurso em sua residência em Islamabad.
O PTI obteve até agora 53 das 272 cadeiras possíveis na Assembleia Nacional, seguido pela Liga Muçulmana do Paquistão (PML-n), que deixa o Governo, com 17, segundo dados da Comissão Eleitoral do Paquistão (ECP).
Ladeado por uma bandeira paquistanesa e outra do seu partido, Khan repetiu o discurso anticorrupção que proclama desde que entrou na política há 21 anos.
"As nossas instituições serão mais fortes e todo mundo prestará contas. Eu em primeiro lugar e depois meus ministros", disse o político de 65 anos.
O campeão do mundo de críquete em 1992 disse que não se mudará para a residência oficial de primeiro-ministro e que transformará outros prédios do Governo em edifícios públicos.
"Ficaria envergonhado de morar lá. Queremos transformá-la em uma instituição educacional ou pública", disse Khan.
O político afirmou que sua "inspiração" é o profeta do Islã, que criou um "estado de bem-estar" que prometeu recriar durante a campanha eleitoral.
Também afirmou que Mohammed Ali Jinnah, fundador do Paquistão, foi uma inspiração.
Quanto a relações internacionais, Khan afirmou que quer uma relação "benéfica para ambos" com os Estados Unidos, e que o "encantaria" estabelecer fronteiras abertas com seu vizinho Afeganistão "como na União Europeia".
Em relação à Índia, Khan se queixou de que a imprensa desse país o mostrou "como um vilão" nas últimas semanas, mas ressaltou que é necessário melhorar os laços econômicos entre ambos os países.
"O comércio entre Índia e Paquistão é importante", ressaltou Khan.
O anúncio da sua vitória foi feito entre denúncias de fraude depois de um atraso de 16 horas no anúncio dos resultados das eleições, que a ECP atribuiu a problemas técnicos.
A ECP negou que tenha acontecido manipulação na apuração dos votos.