Por Richard Cowan e Amanda Becker
WASHINGTON (Reuters) - O indicado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, à Suprema Corte, Brett Kavanaugh, visitou senadores republicanos seniores no Capitólio nesta terça-feira, buscando conquistar apoio entre parlamentares para o que promete ser uma disputada batalha com democratas pela confirmação de seu nome.
O principal democrata no Senado, Chuck Schumer, prometeu uma batalha total contra Kavanaugh, mas senadores em seu partido não podem bloquear a confirmação de Kavanaugh sem que nenhum republicano se afaste da posição do partido. O Partido Republicano, de Trump, possui uma maioria de 51 a 49 no Senado, tendo uma pequena margem.
Grupos contra e a favor de Kavanaugh planejam gastar milhões de dólares em propagandas para tentar influenciar parlamentares.
Na manhã após ter sido indicado por Trump para um assento vitalício no tribunal de nove membros e de maioria conservadora, Kavanaugh começou a fazer as rondas no Senado, primeiro visitando o líder Mitch McConnell e então o presidente do Comitê Judiciário, Chuck Grassley, cujo painel irá realizar as audiências de confirmação.
O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, que tem direito a um voto de desempate no Senado, acompanhou Kavanaugh no encontro com McConnell.
“Estamos ansiosos para o processo de confirmação, que será feito nas próximas semanas”, disse McConnell, ignorando uma pergunta sobre se democratas irão apoiar a indicação.
Kavanaugh, um juiz conservador da corte de apelações, não respondeu a perguntas.
McConnell disse a repórteres mais tarde nesta terça-feira que espera que a votação de confirmação seja feita “em algum momento neste outono”. Outros republicanos disseram esperar confirmar Kavanaugh antes de a corte se reunir novamente em outubro.
Republicanos querem um rápido processo para garantir que a votação seja feita antes das eleições de 6 de novembro, nas quais todos os 435 assentos da Câmara dos Deputados e 35 dos 100 assentos do Senado estarão abertos para disputa, com democratas tentando tomar controle do Congresso.
“Eu irei me opor a este indicado com tudo que tenho”, disse Schumer à MSNBC, alertando que uma corte mais conservadora incluindo Kavanaugh pode revogar a decisão Roe v. Wade, de 1973, que legaliza abortos, e encerrar proteções sob a lei de saúde conhecida como Obamacare.