BRASÍLIA (Reuters) - O empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS (SA:JBSS3), prestou nesta sexta-feira depoimento à Polícia Federal, que concluirá o inquérito neste fim de semana, enquanto o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, tem até o dia 26 deste mês para apresentar uma esperada denúncia contra o presidente Michel Temer.
A expectativa era que Janot oferecesse a denúncia na próxima semana, mas como a Polícia Federal obteve cinco dias a mais para concluir inquérito envolvendo Temer e o ex-deputado Rocha Loures, o prazo da PGR também foi alongado. Interessa ao governo que o processo se dê o mais rápido possível, para encerrar o assunto.
O inquérito investiga se Temer cometeu os crimes de obstrução da Justiça, organização criminosa e corrupção passiva.
Os prazos são curtos porque neste mesmo inquérito há um réu preso, o ex-assessor presidencial e ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), que foi flagrado numa ação controlada pela PF carregando uma mala com 500 mil reais repassados por um delator da JBS.
Em depoimento na manhã desta sexta, segundo a mídia, Joesley teria confirmado o conteúdo de sua delação.
Na delação, o empresário disse que repassou dinheiro para Loures tendo supostamente como destinatário de parte desses recursos o próprio Temer em troca de favores do governo.
Também parte da delação, Joesley gravou uma conversa que teve com o presidente, em que Temer teria dado, segundo interpretação da PGR, aval para a compra do silêncio do ex-deputado, também preso, Eduardo Cunha.
(Por Maria Carolina Marcello)