Por Ben Blanchard
PEQUIM (Reuters) - A mídia estatal chinesa atacou nesta segunda-feira as críticas a uma votação que determinou o fim do limite aos mandatos presidenciais, que na prática permitem que o presidente Xi Jinping permaneça no cargo indefinidamente, dizendo que o segredo do caminho da China é seguir o Partido Comunista.
No domingo o Parlamento essencialmente simbólico do país votou majoritariamente a favor da emenda constitucional, descartando um limite de dois mandatos e acrescentando cláusulas para reforçar o papel já predominante do partido na política.
Na véspera da votação, críticos usaram as redes sociais chinesas para atacar a mudança, traçaram paralelos com a Coreia do Norte ou insinuaram que um culto à personalidade nos moldes de Mao Tsé-Tung está se formando. O partido só anunciou a proposta no mês passado.
Em um editorial, o tabloide amplamente lido Global Times disse que as teorias políticas ocidentais não servem para a China.
"Estamos cada vez mais confiantes de que o segredo para o caminho da China está em manter uma liderança partidária forte e seguir firmemente a liderança do Comitê Central do Partido, com o camarada Xi Jinping em seu centro", disse o editorial em suas versões em chinês e inglês.
"Nestes anos vimos a ascensão e o declínio de países, e particularmente a realidade dura de que o sistema político ocidental não se aplica a países em desenvolvimento e produz resultados medonhos."
O jornal estatal China Daily reiterou uma questão já abordada pelo Diário do Povo do Partido Comunista, dizendo que a emenda não "implica a permanência vitalícia de nenhum líder".
"Ainda assim, algumas pessoas no Ocidente insistem no oposto, embora seja somente por meio de uma especulação enganosa", disse o diário em inglês.