SÃO PAULO (Reuters) - O juiz Friedmann Anderson Wendpap, da 1ª Vara Federal de Curitiba, determinou nesta sexta-feira a indisponibilidade de bens do Partido Progressista (PP) e de pessoas ligadas à legenda em uma ação de improbidade movida pelo Ministério Público Federal (MPF) no âmbito da operação Lava Jato, informou o tribunal.
Wendpap determinou a indisponibilidade de bens do PP no montante de 9,88 milhões de reais, assim como a de outras 11 pessoas ligadas à legenda, entre elas deputados, ex-deputados e um assessor ligado ao partido. O montante bloqueado soma cerca de 477 milhões de reais.
O ex-ministro das Cidades e ex-deputado federal Mario Negromonte (PP-BA) foi o político ligado ao PP que teve o maior montante declarado indisponível pelo juiz, 166,9 milhões de reais, seguido pelo também ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC), que teve 124 milhões de reais indisponíveis.
O juiz não atendeu os pedidos do Ministério Público para que os acusados pagassem dano moral coletivo e para que tivessem cassadas suas aposentadorias por entender que a via escolhida pelos procuradores realizarem esses pedidos foi inadequada.
A ação de improbidade movida contra o PP na Lava Jato foi a primeira do tipo feita pela força-tarefa da operação contra um partido político. Além do PP, PT e PMDB também já foram apontados pelos investigadores como destinatários de recursos ilícitos do esquema de corrupção na Petrobras (SA:PETR4).
Quando da apresentação da improbidade contra o PP, o coordenador da força-tarefa da Lava Jato, procurador da República Deltan Dallagnol, disse que outros partidos ainda podem ser alvos de ações similares. [nL2N1H72DL]
(Reportagem de Eduardo Simões)