SÃO PAULO (Reuters) - O juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, aceitou nesta terça-feira denúncia do Ministério Público Federal contra o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e outras dez pessoas no âmbito da operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção na Petrobras (SA:PETR4).
Entre os acusados que tiveram a denúncia aceita e que agora responderão a ação penal estão também os ex-diretores da área internacional da Petrobras Nestor Cerveró e Jorge Zelada, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto.
As 11 pessoas que agora são réus na Lava Jato responderão a crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.
Bumlai é acusado de obter um empréstimo fictício de 12 milhões de reais junto ao Banco Schahin, cujos recursos teriam sido repassados ao PT.
Ainda de acordo com o MPF, o empréstimo foi pago de maneira legal, por meio da concessão irregular de um contrato de afretamento da Petrobras para o Grupo Schahin.
Bumlai foi preso em novembro em etapa da Lava Jato que investiga a concessão de empréstimos milionários em benefício de políticos e contratação de navio sonda pela Petrobras. A operação ganhou o nome Passe Livre em referência ao suposto acesso livre que o pecuarista teria no Palácio Planalto durante o governo do ex-presidente Lula, segundo a PF.
Vaccari também está preso e já foi condenado em primeira instância em outra ação penal ligada à Lava Jato.
O PT tem negado as acusações envolvendo o partido e defendido seu ex-tesoureiro. O PT afirma, ainda, que todas as doações que recebeu estiveram de acordo com a lei e foram declaradas à Justiça Eleitoral.
(Por Eduardo Simões)