SÃO PAULO (Reuters) - O juiz federal Sergio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, aceitou denúncias contra o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outras 13 pessoas que passam a ser réus em ação penal ligada à operação Lava Jato, que investiga um esquema bilionário de corrupção em estatais.
Dirceu, que já foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no processo do mensalão, é acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de receber propina do esquema de corrupção na Petrobras (SA:PETR4), inclusive quando cumpria pena por sua condenação no mensalão.
Segundo a denúncia do MP, parte da propina paga pela empreiteira Engevix para a obtenção de contratos na diretoria de serviços da Petrobras era destinada ao PT, por intermédio de Vaccari, e a Dirceu, que teria sido responsável pela indicação do então diretor de serviços da estatal Renato Duque, que também teve a denúncia aceita nesta terça.
"Há ainda possíveis pagamentos de vantagens indevidas a autoridades com foro privilegiado e que não foram incluídos na denúncia", escreveu Moro em sua decisão.
O irmão de Dirceu, Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, também tornou-se réu na mesma ação penal. No entanto, Moro não aceitou denúncia contra Camila Ramos de Oliveira e Silva, filha do ex-ministro da Casa Civil, por entender que ela não tinha conhecimento de que o pagamento que recebeu por um imóvel vinha de propina.
"Nem há prova, em princípio, de que teria participado da negociação do imóvel, o que parece ter sido feito por seu genitor. Falta, no entender do Juízo, justa causa quanto ao elemento subjetivo", escreveu o juiz.
(Por Eduardo Simões)