MANILA (Reuters) - O presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, exigiu nesta quarta-feira que a União Europeia lhe mostre o respeito digno de um chefe de Estado, apesar de ter mostrado o dedo médio e soltado um palavrão contra o bloco depois que parlamentares europeus expressaram preocupação com a guerra às drogas travada por Duterte.
Revoltado com o pedido feito pelo Parlamento Europeu na semana passada para que demonstre moderação em sua operação repressiva de 11 semanas, que já resultou em diversas mortes, o ex-prefeito da cidade de Davao, no sul filipino, se voltou contra a UE pelo segundo dia e disse que não merece insultos.
"Até a UE está me repreendendo", disse Duterte durante um discurso televisionado de uma base do Exército. "Quando eu era prefeito isso era OK, mas agora é diferente porque sou o presidente. Por que vocês têm que ofender?"
Depois de criticar a Organização das Nações Unidas (ONU), os Estados Unidos e o presidente norte-americano vencedor do prêmio Nobel da Paz, Barack Obama, a UE é o alvo mais recente de uma reprimenda de Duterte, prática que se tornou parte de seu apelo a milhões de filipinos.
Duterte chegou ao poder em uma eleição em maio prometendo combater o tráfico de drogas, e no mínimo 3.800 pessoas foram mortas desde que ele assumiu em 30 de junho.
O Parlamento Europeu pareceu mexer em uma ferida quando emitiu um comunicado conclamando o governo filipino a "pôr fim à onda atual de execuções e mortes extrajudiciais", ao mesmo tempo em que expressou preocupação com "os números extraordinariamente altos de mortos durante operações policiais".
Durante um discurso feito na terça-feira, Duterte atacou a UE, dizendo "vão se foder" e mostrando o dedo médio.