SÃO PAULO (Reuters) - Os procuradores da Força Tarefa da operação Lava Jato apuram supostas vantagens indevidas recebidas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de construtoras investigadas na operação durante o período que ele ocupou a Presidência, afirmaram os procuradores em documento encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A manifestação foi feita no âmbito de uma ação movida pelos advogados do ex-presidente Lula em que questionam que o Ministério Público estadual de São Paulo e o Ministério Público Federal (MPF) estariam investigando o mesmo tema-- um apartamento tríplex no Guarujá e um sítio em Atibaia.
Ao argumentar que a investigação do MPF é cabível, os procuradores da Lava Jato afirmaram que o procedimento aberto pelo MPF tem "a específica finalidade de apurar as supostas vantagens indevidas recebidas pelo suscitante (Lula) de construtoras investigadas pela operação Lava Jato, materializadas, dentre outros, em imóveis em Atibaia (SP) e Guarujá (SP)".
"Importante considerar ainda que parte das vantagens que constituem o objeto da investigação foram supostamente auferidas pelo suscitante (Lula) durante o mandato presidencial, o que justifica, por si só, a competência federal", afirmaram os procuradores no documento.
Por telefone, a assessoria de imprensa do Instituto Lula afirmou que a manifestação da Força Tarefa da Lava Jato não rebate os argumentos apresentados pela defesa de que há duplicidade de investigações.
Voltou a afirmar, também, que Lula não é proprietário dos imóveis e que o ex-presidente não recebeu vantagens indevidas "nem antes, nem durante, nem depois de seu mandato".
Apontou ainda que as investigações contra Lula tiveram origem em um pedido do deputado federal Wherles Fernandes da Rocha (PSDB-AC) o que, na visão do instituto, deixa claro que, na origem, a investigação tem intenção de atacar o ex-presidente.
(Por Eduardo Simões)