LILLE (Reuters) - A líder da extrema-direita na França Marine Le Pen propôs neste domingo que o partido da Frente Nacional seja renomeado para "União Nacional", com o objetivo de modificar uma marca já associada por muitos eleitores com racismo e anti-semitismo e facilitar alianças com outros partidos.
Falando no congresso do partido realizado para ajudá-la a reafirmar sua autoridade após a derrota para o presidente Emmanuel Macron em maio do ano passado, Le Pen disse que a prioridade do partido deve ser ganhar poder, o que só poderá ser alcançado através da coalizão com aliados.
"Nosso objetivo é claro: o poder", disse Le Pen aos militantes do partido reunidos na cidade de Lille, que aplaudiram seu discurso denunciando a imigração, a globalização e a federalização da Europa.
"Nós éramos originalmente um partido de protesto", disse ela. "Não deve haver dúvida de que podemos ser um partido no poder."
A idéia de mudar o nome do partido só foi aprovada por uma pequena maioria dos membros da Frente Nacional, com 52 por cento apoiando-a no sábado, de acordo com os números fornecidos pelo partido. Eles terão que votar novamente no novo nome via correio.
Jean-Marie Le Pen, o veterano da extrema-direita francesa de 89 anos que fundou o partido em 1972, chamou o nome de "suicídio" político em uma entrevista à Reuters no mês passado.
"O nome da Frente Nacional traz uma história épica e gloriosa, que ninguém deve negar", disse Marine Le Pen. "Mas você sabe que para muitos franceses ele representa um obstáculo psicológico".
Embora tenha perdido a eleição do ano passado, os esforços da Marine Le Pen para limpar a imagem do partido têm dado certo até o momento. Ela ganhou um terço dos votos no segundo turno, quase o dobro do melhor resultado de seu pai em 40 anos comandado o partido.
Após a eleição ela tem se posicionado menos contra a zona do euro, algo que tem se mostrado impopular entre os não-eleitores fervorosos do partido, reorientando o foco em temas como imigração e segurança, como fizeram outros partidos de extrema-direita na Europa.
( Por Simon Carraud)